sexta-feira, julho 09, 2004

Soneto

Cria a desventura que um dia
Em teus braços macios de realidade
Dormiria o sono das felicidades
Dormiria em leito de sal e pedra

Cria que faria amanhecer sem sóis ou céus
Ou nuvens de tempestade
Não faria esvaecer nem sombra louca ou maldade
Apenas sonhos e sons de anjos bêbados

Ali se deitou certa de sua pureza
Certa da virgindade bem guardada
A sete chaves na arca de vidro no fundo do mar.

Ali se deitou e adormeceu tranqüila
E a realidade embalando sua doce e fria agonia
Enquanto procriava lamentos e cânticos à insanidade.

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