Prelúdio: Não
contamos o tempo e não importa o lugar. Talvez aqui. Não sei onde é “aqui”. Não
há mais vida como a conhecemos. A ciência progrediu assustadoramente em
quinhentos anos. O planeta está murcho como uma fruta sugada até o fim. A
lógica não funciona nos moldes da Filosofia, guerras nucleares secaram o solo,
destruíram a vida, alteraram o cotidiano.
Vive-se cada vez menos e cientistas concluíram, através de muitos estudos,
durante os séculos, que uma peste bacteriana incorporou-se definitivamente nos
compostos naturais do planeta. A solução foi desenvolver métodos de implantes
genéticos para combater a velhice precoce e construir máquinas esterilizadoras,
que precisaram ser constantemente acionadas. Vive-se em média vinte anos, em
cômodos apertados, hermeticamente fechados e povoados por máquinas.
O processo de enxerto genético tornou-se a principal tecnologia de
sobrevivência, mas trouxe também suas sequelas. Para ativar o pensamento, foi
sintetizada uma proteína catalisadora do raciocínio. Através de pesquisas
exaustivas durante anos, chegou-se a um composto: O ADR (Adrenalizante
Cerebral), capaz de ativar uma ampla rede neural correspondente à lógica.
A partir das experimentações com o primeiro composto ADR, as descobertas
científicas realizaram "saltos gigantescos" em poucas décadas, muito
embora ainda não tenham encontrado soluções para a degradação progressiva e
devastadora do Planeta, em virtude das mutações genéticas intercambiáveis. Com
a criação do ADR, vieram também outros tipos de problemas: a droga do
raciocínio, além de causar vício, uma vez ingerida, também produzia efeitos
colaterais, levando seus usuários a viagens psicodélicas prolongadas e
incontroláveis.
Uma parte da Terra vive às escuras, numa noite eterna; a outra, sob sol
constante. Uma leve alteração no eixo de rotação do planeta, devido à
reverberação sônica que adveio com a explosão de Júpiter, pôs fim a 90% da
civilização humana e alterou radicalmente a geografia desenhada pelos antigos
continentes e oceanos. O Planeta permanece dividido em dois hemisférios: não
mais Norte e Sul, mas Lado Escuro e Lado Claro, como são chamados.
O Lado Escuro, sem motivo aparente que justifique tal condição ambiental, está
limpo das bactérias - e, ao que se supõe, de outros organismos também. Já o
Lado Claro, está infestado delas, de modo que a raça humana que o habita, vive
em um abismo sem fim: as bactérias do ar cercearam a vida dos seres. Os mares
se expandiram tanto, que as terras se dividiram. Foi necessário quase um século
para que a raça humana remanescente se reorganizasse efetivamente e os
cientistas produzissem o ADR , isso em meio a todos os problemas
ecossistêmicos, psicossociais e à avassaladora peste de bactérias mutantes, que
além de restringir (e destruir) vidas humanas na Terra, ironicamente também o
fez com os antígenos causadores de outras doenças, pois que os destruiu também.
O governo está centralizado, mas o poder não é totalitário, absoluto. A fome de
viver consiste em arquivar mais e mais informações acerca das condições de sobrevivência
da espécie e então, morrer.
A Falha Genética, como ficou conhecido o fenômeno da infertilidade
feminino-masculina, tem inviabilizado o nascimento biológico de bebês há alguns
anos. Isso veio acontecendo aos poucos, até que um dia, deram conta de que já
não existiam mais crianças. Ainda se nasce pelo processo in-vitro, mas não mais
a partir do encontro entre óvulo e espermatozoide. Há uma gama de genes e
substâncias organo-ativas que, devidamente combinadas, asseguram a procriação
da espécie, abreviando consideravelmente o tempo de maturação que um filhote da
espécie humana pura necessitaria para se desenvolver.
Em Abril
254.01 Iniciando processo
"Estou relatando os acontecimentos do último Dia do Aviso. A criatura
oferece resistência extrema. Lembra-me a violência com que reagimos
instintivamente quando ameaçados. Seu corpo pequeno, cerca de meio metro de
altura e aproximadamente 30 quilos, está sujo e deteriorado em algumas partes:
fede como podre. Profere palavras ininteligíveis à minha compreensão.
Pergunto-me sobre a violência de suas reações e não encontro respostas.
Possivelmente represento uma ameaça para ele, mas não me utilizo de gestos
bruscos, tampouco me porto agressivamente. Mas receio que vá perder o controle,
pois também possuo instintos e, às vezes, me vêm ao pensamento um desejo
homicida de por fim a este selvagem infantil. Contudo, preciso pesquisar,
chegar ao coração dele, se é que ele o possui."
254.03 Reabrindo arquivo: intercorrências
"Ontem, após o Dia do Aviso, recebi a visita de duas médicas. Uma delas me
abraçou e me beijou na orelha e na boca, enquanto a outra deitou-se no divã:
enigmática, entre risos, ficou nos observando. Em dado momento, o selvagem me
agrediu nas pernas, com os dentes à mostra, e eu tive vontade de chutá-lo.
Cheguei a sacudi-lo com força, mas não continuei porque as duas, aos gritos,
passaram a me censurar dizendo que eu havia perdido a cabeça.. Nesse instante,
um réptil elétrico, não sei vindo de onde, avançou sobre o selvagem. Talvez
tivesse entrado em meu cômodo e se escondido, enquanto eu voltava do Dia do
Aviso. Eu o interceptei a tempo de evitar que algo mais grave acontecesse com
meu truculento objeto de estudo: consegui imobilizar o elétron-bichano no chão,
mas fui picado várias vezes e a dor foi terrível. Agarrei o réptil nojento e o
atirei na parede, mas ele avançou novamente enquanto eu protegia o pequeno
selvagem.
Com a criatura nos braços a me morder e o réptil nas pernas a me picar, a dor
foi tanta, que acabei ficando anestesiado, sentindo apenas o gosto adocicado
nos lábios, sobras dos beijos da médica que me excitara momentos antes. Quase
desmaiado, pude ainda ver quando a médica do divã abateu o réptil, foi pouco
antes de apagar completamente.”
254.05 Notas esquizoides
“São as escadas. Tudo está na mente. Às vezes caio no abismo ou então mergulho
dentro dele. Anotei coisas em papéis do governo, mas amassei e joguei tudo fora
depois. Foi o adrenalizante... o maldito ADR.. Todos sabem, todos sabem...sem
ele seríamos completos inúteis, com ele também, há há.....
Eu tenho essa criatura aqui e é muito complicado explicar. Estou fazendo um
estudo sobre o comportamento do selvagem e percebo que sou igual a ele.
E esse maldito Dia do Aviso, quando somos obrigados a sair de nossas cabinas,
isso me irrita muito: a cada ciclo, a mesma perda de tempo... Por que nos
expomos a isso? Pra quê?
O selvagem... A criança... Percebo semelhanças óbvias. Somos iguais a ele. Eu e
todos os outros aqui, nesse inferno sujo.”
254.08 Recuperação e Retomada de Arquivo
"Cheguei ao fim de uma temporada sob tratamento intensivo. As picadas que
levei do réptil elétrico me deixaram muito doente. Encontrei-me com Lyah. Ela
trouxe minha dosagem depósito de ADR e eu consegui pensar um pouco. Fizemos
sexo violento."
254.12 Reunião Inesperada
"Recebi visitas e eu não estava preparado. Minha máquina de esterilização
deu problema eu precisei ligar urgente para a Equipe Técnica do Centro de
Esterilização, um departamento do Instituto de Proteção que presta serviços de
emergência. Eles vieram em dez minutos e concertaram em mais dez, após os
quais, pude finalmente receber meus amigos: depois de tanto tempo desprotegidos
do lado de fora, já estavam cansados de esperar e, provavelmente, contaminados.
Da própria sujeira do ar das máscaras. Usaram a máquina e pudemos nos divertir
um pouco. Como se sabe, é proibido por lei sair das cabinas de proteção depois
do toque de recolher, uma vez que nesse período novas substâncias
antibiotóxicas são testadas. Mas, clandestinamente, fazemos algumas reuniões,
tomamos ADR alterado e conversamos sobre vários assuntos.
Os caras do Centro de Esterilização ficaram olhando para meus amigos, mas nada
disseram. Respeitaram minhas divisas de Médico Chefe do Centro de
Pesquisas."
254. 15 - Dia do Aviso
"Estamos todos reunidos no pátio em frente ao grande Edifício do
Congresso, ouvindo os intermináveis discursos do governo, tendo ao fundo, os
clássicos de Morfarrjedg. Foram distribuídas novas máscaras. Mas, como todos
nós sabemos, elas não isolam totalmente, não conseguem conter a fúria
bacteriana que infesta o ar com novas formas e tamanhos. Às vezes, me pergunto
se vale `a pena tudo isso: tanto ADR, tantos antibióticos venais profiláticos,
tanta esterilização insulínica... então me lembro que, em meu abrigo, tenho uma
criatura, um pequeno selvagem que foi trazido na última expedição ao Lado
Escuro da Terra. E é tão importante para mim conseguir descobrir como foi que
ele sobreviveu: sem luz, sem dispositivos antibacterianos, sem ADR... Qual será
sua defesa e por que ele se mantém irredutivelmente violento, uma vez que meu
tratamento não é dos mais perversos?... Segundo sabemos, não existem mais
crianças. E o selvagem é um dos habitantes perdidos, que viveu do Lado Escuro.
Mas nada sabemos do Lado Escuro.
Pausa (...)
254. 17: Continuação - Dia do Aviso:
Não aguento mais estes clássicos. Preciso ouvir TecnoSharkall nesta
claustrofóbica cabina de proteção."
254.22 : Lyah grávida
"Como pode?! Não existem grávidas no planeta, pelo menos não desse Lado do
planeta. Fico imaginando o que sairá daquela barriga... Sabemos tudo sobre
estas pseudo-grávidas, sobre ventres que não geram nada, a não ser vermes e
mais bactérias. Se é verdade que os genes humanos foram irreversivelmente
enxertados, a Engenharia Genética encontrou seu fundo. Testamos tudo o que foi
possível. Sei que Liah está aflita. Mesmo assim ela ainda pensa que pode gerar
um filho dali. Mas não existem mais crianças. Não existem mais. Acabaram-se, com
o tempo. Além disso, a atmosfera bacteriana alterou todos os nossos processos
fisiológicos.
Encontramos um meio difícil de reprodução em laboratório, substituindo várias
características de um DNA original e ocupando os espaços vazios deixados pela
falha genética. Absurdo, mas verdadeiro. Somos criados em laboratório. Pelo
menos 75% de todo nosso corpo é uma combinação matemática - ainda sob influência do acaso - feita em laboratório. Os
cientistas que desenvolveram este processo optaram por dar maior desenvolvimento
ao cérebro, tornando-o mais racional e desprovido de emoções. Mesmo assim, com
toda a inteligência e a mente funcionando intensamente, ainda não encontramos
um meio de solucionar o problema da esterilidade humana e descobrir meios de
garantir a procriação da espécie fora das quatro paredes do laboratório. Alguns
cientistas afirmam que a natureza revoltou-se contra nós, que desenvolveu meios
de, a cada investida cientifica, alterar-se mais e mais para escapar à
destruição. Ingênuos, será que não conseguem ver para além dessa dualidade?
Mas isso não importa. Sou um biólogo geneticista. Não devo me preocupar com
isso. Além do mais, a vida é muito curta e já tenho preocupações por demais.
Prefiro meu ADR, isso sim ainda me dá algum entusiasmo. Estou sentindo aquela
sensação estranha, a qual chamamos de pena.
Tenho pena de Liah."
254.39 : Carta Branca
"Estou seriamente compelido a abrir o selvagem. Talvez uma injeção de
flúor ativo o paralise a ponto de abri-lo. Hoje de manhã, ele vomitou novamente
em cima de mim. Senti nojo. Não sei mais o que ele quer. Nós: eu, Liah e outra
novata, demos um banho de sal no pequeno monstro. Precisamos esterilizá-lo duas
vezes por dia. Ele está mal. Tivemos que adaptar uma focinheira para que ele
não nos mordesse mais.
Fizemos uma reunião à tarde, com os técnicos do DGA (Departamento de Genética
Avançada). Foi uma calamidade. Liah havia ingerido muito ADR e não conseguia se
expressar coerentemente. No final, ficou decidido que podemos fazer com o
menino todos os exames necessários, mesmo que intrusivos. Isso significa
incisão cerebral. Não gostei muito disso. Na verdade, quero estudar o sexo
dele. Vou abrir seu saco escrotal e retirar amostras de espermatozoides."
Em Setembro
255.00 : Renomeado arquivo - Operação Gen&T
"Terminamos o estudo preliminar. Ele não está muito contente. Parece que
agora se acalmou um pouco. Mesmo depois de abrirmos algumas partes do seu
corpo, ele parece estar mais calmo. A operação foi totalmente gravada para o
Museu Arquivo. Uma equipe médica muito volumosa fazia parte da plateia, gerando
um certo tumulto, que foi logo contornado pela guarda do centro de recuperação.
Ao fim, ensanguentado, pedi alguns minutos para me recuperar e logo depois
voltei ao trabalho. No entanto, tivemos que suspender os estudos pela tarde.
Liah estava muito mal. Levei-a para o centro médico auxiliar, desativado há
alguns anos e reinaugurado em abril. Ela está sob observação. Ao que parece,
está no quinto mês de gestação de "sabe-se-lá-o-quê". Os médicos estão
assustados. Dizem que isso não acontece há mais de 150 anos: uma mulher chegar
ao quinto mês. E viva!.
Voltei para o meu abrigo. Tive que passar a noite ouvindo gemidos do selvagem.
O efeito do flúor ativo está passando, então a dor vem queimando a carne. Já
passei por isso, quando precisei substituir o rim. Já experimentei o flúor
ativo. É terrível."
255.03 Operação Gen&T: segunda fase
"O selvagem gritou muito durante a noite. Tive que colocá-lo na câmara de
gás. Ele dormiu depois, quando já era madrugada. Mas eu não consegui dormir
mais.
Vesti a roupa térmica, coloquei a máscara JY-8 (azul) e fui para o Centro
Médico. Procurei por Liah. Ela estava acordada também. Nós conversamos um
pouco: ela me pareceu muito magra para uma grávida. Em alguns momentos, ela
delirava pela falta do ADR , então tinha convulsões, babava e tremia todo o
corpo. Saí do centro médico arrasado.
Não que eu sinta amor por Liah, não é isso. Aliás, isso nem existe mais. Esse é
um dos 'sentimentos-palavra´ que estão no Museu Arquivo. Apenas senti muita
pena dela; afinal, ela deixa que eu a use sexualmente. Eu também permito que
ela me use. Temos um acordo aprovado pelo governo, com todos os papéis em
ordem.
Quando estive no Centro Médico, gritei para ela enquanto um dos atendentes me
segurava por trás, impedindo que eu pulasse sobre a cama: ela espumava e se
debatia em sua crise de abstinência. Eu disse:_ "Sua estúpida!!! Tínhamos
um acordo.”_ Eu queria apertar a barriga dela e tirar dali aquele intruso, mas
os seguranças não deixaram.
Voltei para o abrigo e o selvagem estava tenso. Adentrei o campo magnético e
fui até ele: olhei fundo dentro de sua íris amarelada. Subitamente, ele me
olhou também. Naquele momento, senti um calafrio: ele estava olhando para os
meus olhos, talvez através dos meus olhos e, de repente, sua expressão
modificou-se visivelmente, como se pudesse ver a si próprio através de mim ou
algo em mim que o intrigasse: sim, ele estava pensando! Aparentemente
impossível, mas ele parecia estar pensando... talvez pensando sobre mim. Ou
quem sabe sobre ele mesmo?... Ele então ajeitou-se de cócoras, com os braços
esticados ao longo do corpo, pernas ligeiramente afastadas, e continuou a me
olhar por um bom tempo... À certa altura, entre divagações e vertigens, resolvi
sair dali. O ADR provavelmente tinha me impregnado de novo, gerando um efeito
de ilusão especular e confusão de sentidos.
Penso que talvez vá ter que abrir a cabeça dele. Isso me chateou. Mas eu
preciso dar respostas à Comissão de Inquérito do Governo e até agora não
encontrei nada. Não descobri nada: somente especulações. Não temos mais opções
de estudo, a não ser analisar as amostras do tecido cortical e a anatomia
interna dos órgãos vitais. Talvez o ADR não esteja sendo suficiente como
estímulo disparador de ideias inteligentes, uma vez que o vício aplacou toda
minha capacidade de raciocínio espontâneo.
Seja você um selvagem, um menino ou uma fera: não há remédio! Vou perdê-lo para sempre."
255.10: Liah - Sétimo Mês
"Liah entrou em coma. Os médicos dizem que não podem fazer mais nada por
ela. Dentro dela, da barriga dela, existe uma criatura viva. Abolimos os
processos X-r para sabermos o que está ali dentro e não existem mais
equipamentos desse tipo, mas sabe-se que é uma homo criatura e que está viva. Ouve-se o
coração através dos aparelhos. Tudo é muito ilógico.
Liah... Por que você deixou que isso acontecesse?...
259.00: Novatórias do Dia do Aviso
"Foi determinado hoje, que uma nova expedição sairá daqui a três meses
para o Lado Escuro da Terra. Eu estive pensando em me inscrever para ir também.
Não sei... não sei...Estou confuso ainda."
259.87 operação Gen&T - terceira fase
"Abri o selvagem hoje pela manhã. Ele me pareceu ter chorado, concluí
depois. Ali, na mesa fria, com aquelas luzes de alumínio e todo aquele plástico
derretido, pensei:_" Não há mais futuro para o que restou da raça humana.
O cérebro do menino era lindo: limpo de bactérias. Não estava contaminado como
os nossos. Retirei amostras vivas. Fui pressionado a isso.
À tarde, depois de levar os exames para a máquina de análise em varredura,
voltei para o abrigo.
O selvagem estava morto. Morreu pálido e
triste."
259.97: Final de Arquivo
"Estou inscrito no programa expedicionário. Passei pelos exames
preliminares. Não suporto mais meu abrigo. Estou com 17 anos, tenho mais poucos
anos de vida... Com todos os enxertos genéticos que adquiri isso é certo. Não
posso perder mais tempo. -Tempo é o que não posso perder."
260.00 Liah
"Faleceu ontem à noite....
Deu à luz... Ela não sentiu nada, estava em coma fazia dois meses.
A criatura é horrível. Nasceu envolta em uma gosma branca. Os médicos estão
mantendo a criatura viva, submersa em um tanque de regeneração à base de ácido
fluorídrico. Aparentemente está em fase de progressão biológica. Tornou-se uma
celebridade, mas ninguém acredita que vá viver muito tempo. Talvez eu precise
fazer alguns exames escrotais antes de partir com os expedicionários. Querem
saber o que eu tenho aqui embaixo, entre as pernas. Eu e mais umas quarenta pessoas.
Liah estava designada para servir muita gente. Ela tinha quinze anos. É mesmo
uma pena. Perdi Liah pra sempre. Senti muita pena dela... Depois, de mim."